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quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Tragédias mudarão seguro de autos?

Diário do Comércio - SP | Economia | SP

Tragédias mudarão seguro de autos?

Para entidade do setor, fortes chuva aumentam volume de sinistros de veículos

As tragédias recorrentes das temporadas de chuva na região Sudeste do País poderão gerar mudanças na forma como são feitos os seguros de automóveis. Não há ainda propostas definidas, mas os empresários do setor já estudam o assunto, conforme adiantou o vice-presidente da comissão de automóveis da Federação Nacional de Seguros Gerais (Fenseg),Fernando Cheade. Segundo ele, dados históricos do mercado mostram que nessas ocasiões há um crescimento de 30% a 35% nos sinistros envolvendo automóveis, na comparação com meses sem a ocorrência de chuvas intensas.

Até o início desta semana, o setor ainda não dispunha de números que dimensionassem o total de veículos segurados afetados pelas chuvas mais recentes, tanto em São Paulo quanto na região serrana do Rio de Janeiro."O seguro ficará para o segundo momento. A prioridade das pessoas, agora, é a questão básica", comentou Cheade, se referindo às necessidades imediatas da população que foi afetada pela tragédia fluminense.

O episódio do Rio de Janeiro também sugere às seguradoras um cenário pouco usual. De acordo com Chende, durante o período de chuvas na região Sudeste é comum aumentar a demanda de pedidos de socorro dos clientes para a remoção de automóveis. "Agora, resgatar veículos soterrados é outra coisa: exige equipamentos e depende das condições do tempo. É uma tragédia de proporções muito maiores", disse.

Custos - No Brasil, não é prática das empresas do ramo trabalhar com o resseguro para respaldar-se do efeito de episódios como o do Rio de janeiro. As empresas, portanto, arcarão com os custos gerados pela tragédia.

Cheade não dispunha ainda de estimativas do setor sobre o volume de recursos que serão destinados às indenizações. A sua percepção, com base em conversas com empresários do setor,era a de que já começa a crescer o acionamento junto às seguradoras. E, em decorrência disso, o volume de pedidos deverá aumentar.

"Ainda há um tempo para que o aviso d as perdas seja registrado.Existem áreas (na região serrana do Rio de Janeiro) que ainda estão sem comunicação", justificou.

O executivo afirmou que, devido à tragédia, as seguradoras foram obrigadas a reforçar o quadro de funcionários naquelas cidades. Quem não tinha base na região montou um escritório volante com a finalidade de facilitar o atendimento da população.

Providências - O vice-presidente da Fenseg explicou que a liberação de uma indenização do gênero, quando um despachante especializado cuida do assunto, gira em torno de sete dias. O prazo é contado a partir do momento em que toda a documentação estiver regularizada, e se não for apontada qualquer restrição. Caso a apólice não tenha previsto o serviço desse profissional, o dono do veículo terá de arcar com esse custo.

A primeira providência a ser tomada pelo segurado afetado deve ser o aviso à seguradora."É apartir daí que ela inicia a regulação do sinistro para avaliar a extensão",afirmou.O alagamento poderá redundar em indenização integral (a perda total), desde que a apólice contratada seja a do chamado seguro compreensivo de automóvel - modalidade com maior abrangência de coberturas, que inclui colisão, roubo, furto e incêndio.

A indenização integral ocorre quando os danos superam 75% do valor do veículo calculado com base no preço de mercado definido em contrato por meio da tabela da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). Quando os danos somam valores abaixo desse percentual,o carro segue para receber reparos em uma oficina especializada, e o segurado paga a franquia ao retirar o automóvel.

O valor da franquia varia conforme o contrato. Atualmente, disse Cheade, há inúmeras combinações possíveis na contratação de um seguro para automóvel."Ele é bastante customizado", definiu. Em números médios, estima-se que as apólices mais procuradas representem entre 6% e 8% do valor do veículo.

 

 

 

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Chuvas no Rio - Seguro

DCI - Comércio, Indústria e Serviços | HOTÉIS & TURISMO | SP
Falta de seguro compromete hotéis da região serrana
Alex Ricciardi
SÃO PAULO
- Dos hotéis atingidos por deslizamentos e inundações em Teresópolis, Nova Friburgo e Petrópolis - as principais cidades da região serrana do Rio de Janeiro -, cerca de 50% têm seguro patrimonial. Já o índice de grupos cobertos por seguros contra lucros cessantes é próximo a zero. A estimava é de Alfredo Lopes de Souza Júnior, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis, na regional do Rio (Abih-RJ).
"Dos mais de 4 mil quartos de hotel que existem nestas três cidades, cerca de 2.400 - o equivalente a quase 60% - foram destruídos ou de alguma maneira comprometidos pelas chuvas", afirma Souza Júnior.
A Secretaria de Turismo do estado e a Abih calculam em US$ 30 milhões o prejuízo do setor de hospedagem da região serrana até o fim do Carnaval. Este montante incluiu apenas o valor das diárias.
Entre empregos diretos e indiretos, a atividade hoteleira local gera mais de 12.000 postos de trabalho. Destes, estima-se que 80% correm o risco de serem fechados nos próximos 30 dias por conta das inundações. De acordo com Souza Júnior, só no futuro poderão ser reabertos. Os dados perdem em grandeza apenas para os números humanitários da catástrofe: a última contagem acusava mais de 700 mortos em toda a serra fluminense.
Além dos três municípios citados, São José do Vale do Rio Preto e Sumidouro também foram atingidos pela catástrofe. Nessas regiões, os desabrigados somam milhares. "Creio que o número total de mortes deve ultrapassar mil pessoas. Há locais afetados aonde nem sequer se conseguiu chegar ainda", afirma o dirigente da Abih-RJ.
Petrópolis, em especial, é considerada pelo Ministério do Turismo um destino indutor do desenvolvimento turístico do Rio de Janeiro. A região mais castigada pela tragédia na cidade, o vale do Cuiabá, concentra várias pousadas e hotéis de luxo. Pontos turísticos famosos, como o teleférico e a capela de Santo Antônio - ambos em Nova Friburgo -, também foram arrasados. "Após socorrermos os flagelados, vamos trabalhar na recuperação econômica da região", afirma Souza Júnior.
A ideia é, segundo ele, lançar uma campanha na mídia que resgate a imagem das cidades serranas como locais aprazíveis para o turista. Isto já foi feito em 2010 com Angra dos Reis, depois dos deslizamentos na cidade.
Dos hotéis atingidos por deslizamentos e inundações em Teresópolis, Nova Friburgo e Petrópolis - as principais cidades da região serrana do Rio de Janeiro -, apenas 50% têm seguro patrimonial. Já o índice de grupos cobertos por seguros contra lucros cessantes é próximo a zero. A estimava é de Alfredo Lopes de Souza Júnior, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis, na regional do Rio (Abih-RJ).
"Dos mais de 4 mil quartos de hotel que existem nestas três cidades, cerca de 2.400 - o equivalente a quase 60% - foram destruídos ou de alguma maneira comprometidos pelas chuvas", afirma Souza Júnior.
A Secretaria de Turismo do estado e a Abih calculam em US$ 30 milhões o prejuízo do setor na região serrana até o fim do carnaval. Este montante incluiu apenas o valor das diárias.
De acordo com Souza Júnior, depois que as cidades forem recuperadas a ideia é lançar campanha que resgate a imagem da região serrana junto ao turista. Isto já foi feito em 2010 com Angra dos Reis, depois dos deslizamentos na cidade.
Ontem, em audiência com o vice-presidente, Michel Temer, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, solicitou a antecipação de recursos da 2ª fase do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e mudanças nas regras de distribuição da verba do "Minha Casa, Minha Vida" nas áreas afetadas pelas chuvas no estado. Neste caso, 100% da verba iriam para as vítimas das enchentes. Hoje, 50% são distribuídos por sorteio.
Depois de socorremos os flagelados vamos trabalhar na recuperação econômica da região
Alfredo Lopes Junior / PRESIDENTE DA ABIH-RJ